Função do desejo
O homem é um ser incompleto que caminha sempre na busca incessante do movimento dialético de se completar. Somos seres subjetivos que aprendemos no seio da família formas peculiares de afetividade e/ou repugnação para domesticar os próprios instintos e/ou de dar vazão a eles.
Somos movidos por vazios e carências, desejos e curiosidades, localizados e contextualizados no tempo e no espaço em uma construção sócio histórica. Conhecer e explorar a si mesmo é revisitar memórias, que por vezes podem ser dolorosas, por isso é tão importante a presença do psicólogo e da psicoterapia, que traz o embasamento científico para um processo íntimo de análise.
Análise é construir o sujeito que impera diante de novos repertórios e desconstruir antigos desejos, paradigmas geracionais e transgeracionais, construídos na relação familiar, que nos são arraigados culturalmente.
Um desejo desencadeia um circuito de desejos que foram desejados, um desejo se entrelaça a outro. Conhecer os próprios desejos, talvez seja, saber deparar-se com as próprias escrotidões e limitações atravessadas pela fantasia, mas na medida em que fantasia e realidade se acasalam e se aproximam há o perigo na consistência do objeto, pode-se angustiar mais, pode-se fazer um ou mais sintoma(s). O importante não é a realização do desejo, mas como você se coloca como sujeito para esta história, para o seu desejo. Conhecer/REconhecer e admitir quais os desejos atuais lhe representam e te fazem desapegar dos desejos antigos atravessados por outras realizações em meios de sublimação.
Para Freud, o desejo é um movimento em direção ao registro de prazer, à marca psíquica cravada na experiência de satisfação primária que acalmou uma necessidade; “Wunsch” (em alemão) segundo Freud é o desejo que se realiza na projeção de futuro e também define como “Trieb” desejo como força de pulsão que caminha em determinada direção a algo, a causa, o objeto da marca psíquica.
Discurso envolve troca, falar e refletir. Mas o que eu faço da vida? Vida de trabalho para casa e de casa para o trabalho, essa é a vida?
Falar de desejos e sonhos não é falar de uma paixão, não falo de um ser amado (seria reduzir muito a grandiosidade das ambições humanas), mas falar de desejo é falar de muitos outros desejos condensados, capaz de nos impulsionar nas próprias realizações pessoais, uma força motriz de resgatar sentido, a fim de fortalecer nossa existência para recheá-la de entusiasmo e prazeres. Cultivar questionamentos em autoanálise são meios de fortalecer posicionamentos perante aos desejos, de vivê-los e abraçá-los em si, na decisão consciente do próprio movimento, o próprio sentido pela vida, a razão que provoca a alegria e a felicidade que vem do seu interior na tranquilidade da resposta e da decisão.
--
Psicóloga Carla Ribeiro CRP-SP 86203
Av. Conselheiro Nébias, 444 cl. 1709 - Encruzilhada, Santos SP
Tel. (13) 33019055 / WhatsApp +5513981148567
Instagram: @psicologacarlaribeiro
Facebook: https://web.facebook.com/PsicologaCarlaRibeiro
E-mail: contato@psicologacarla.com
Comentários