Gestação
A maternidade começa
quando se toma consciência de que há um ser sendo gerado no ventre, e a partir
daí, muitas mudanças psicológicas irão ocorrer ao passo em que segue a gestação.
Além de filha e mulher, agora passa a ser mãe. Este novo papel social e mudança
de identidade envolvem disponibilidade psíquica, ou seja, pensar, viver,
desfrutar, contemplar, planejar, trabalhar a aceitação versus rejeição, dentre
outras demandas que invadem os pensamentos e consomem a mulher que espera um bebê.
As fantasias estão
centradas na privação e na mudança de hábitos de vida, ansiedades e cobranças para
manter e conciliar tarefas do cotidiano, na castração de sonhos que serão
possivelmente adiados, ser ou não ser uma boa mãe, repetir ou não a referência
materna experienciada, enfim, dúvidas angustiantes tomadas por sentimentos
contraditórios que podem ativar conflitos e sentimentos inconscientes.
A fragilidade psíquica da
gestante é real. A psicoterapia é uma ferramenta que pode promover reflexões assertivas
em um período mágico na vida da mulher. Colocar em questão sentimentos
perturbadores, e repensá-los no prisma da psicoterapia é atribuir novos sentidos,
buscar equilíbrio necessário para seguir em frente fortalecendo e integrando
aspectos da mente. A psicoterapia individual é também uma alternativa.
Muitos estudos científicos
e a experiência clínica no trabalho com gestantes mostram que os cuidados
terapêuticos durante a gestação promovem maior autoconsciência para a
maternidade, contribuem para melhor disposição de enfrentamento e preparo,
colaboram para um resultado satisfatório na hora do parto e no pós-parto e
auxiliam nos cuidados e no desenvolvimento do relacionamento mãe e bebê.
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