Pais e filhos: diálogo entre as gerações

A maioria da garotada não sai de casa feliz sem o celular com o mp3... Claro que a fantasia ainda se mistura com a realidade na faixa entre 08 a 14 anos, mas há algo nos tempos atuais que não podemos negar, vivemos em uma sociedade em que respiramos e exalamos sensualidade e por trás de tudo isso tem muita preocupação dos pais. Mas afinal, qual a configuração de família e de vida que nós temos?


Segundo a pesquisa realizada pelo canal de TV Boomerang com a faixa etária entre 8 e 14 anos, de todas as regiões do Brasil, fora constatado que 13% das meninas entre 13 e 14 anos já namoraram, entre os meninos da mesma idade, 23% afirmam o mesmo. Da faixa etária entre 08 a 10 anos, 2% das meninas também confirmam que já namoraram, para 15% dos meninos da mesma idade. De todos os participantes da pesquisa, 48% destacaram como atividade mais divertida é bater papo online com os amigos e em segundo lugar, 43% assistir televisão com a família.

Homens e mulheres trabalham, e a responsabilidade da educação é compartilhada, seja pela escola integral, seja pela família estendida em que os avôs e tios auxiliam, seja um funcionário que leva e traz à escola e /ou a rotina esportiva. E como integrar? Quais os momentos que a família se reúne? Como é a participação na vida escolar? Como são os períodos de convivência juntos?

Cada família é um caso em suas particularidades e segredos. E da mesma forma, cada família tem seus mecanismos para perceber, compreender e permitir a inserção da sexualidade na vida dos filhos, e por sua vez os filhos também têm uma forma particular de reagir diante da imposição da família. Eis os conflitos!

Quando a adolescência chega, falar de sexo é sempre um tabu para os pais, em suma, resistem, gaguejam e suam frio para responder questões cabeludas. Esquivar-se desses momentos é permitir uma distância crescente que aumenta com o tempo e se torna árdua a conquistada posterior para resgatar o diálogo aberto e sincero. Logo, preparar-se para estes momentos, cada vez mais prematuros, é uma boa forma de fortalecer os vínculos familiares e prevenir problemas futuros.

Uma tarefa nada fácil. As inseguranças, conflitos do passado neste momento retornam com intensidade à memória dos pais, e normalmente eles acabam por reproduzir o modelo que tiveram, sem se quer, refletir se esta reprodução é o caminho mais adequado ou não. Momento retratado no hino de Elis Regina no trecho da música “minha dor é perceber que apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos, e vivemos como os nossos pais” Atenção! Cuidar destes receios é um modo de cuidar da relação, cuidar de si e do outro.

A psicoterapia mobiliza uma compreensão ampla de conflitos e proporciona a reflexão e ressignificação de situações conturbadas ou emergentes e pode, sem sombra de dúvidas, auxiliar neste conflito e contexto tão importante da vida afetiva de filhos adolescentes e também dos pais.

Comentários

Comente sobre esse tema

Avaliações